Guia para explorar o Pantanal Sul - Brasil

A vastidão das águas, as centenas de espécies de animais e a vida serena das fazendas são convites para se desbravar a maior planície alagável do mundo
Camila Sayuri, especial para o iG
Pôr-do-sol visto de passeio de barco no rio Aquidauana

Esqueça o barulho dos carros, a correria e a sofisticação das cidades grandes. O Pantanal é um lugar de contemplação. Um santuário ecológico para quem quer avistar uma infinidade de animais selvagens sem grades e jaulas, observar o pôr-do-sol multicolorido em horizonte aberto, ouvir do amanhecer ao anoitecer uma profusão de grasnados e piados.
Ao chegar na maior planície alagável do planeta, o visitante descobre que está em uma região singular do País. Não raro, no caminho até as pousadas e hotéis-fazendas do interior do Pantanal, o carro passa por entre centenas de cabeças de gado, guiado por peões em comitiva.

Com uma população de milhões de jacarés, é fácil um deles cruzar o seu caminho

Casa para uma infinidade de bichos, um dos pontos fortes do Pantanal são os safáris fotográficos, feitos de carro 4x4 ou de barco. O terreno plano e a vegetação baixa facilitam a observação dos animais, o que não acontece na Amazônia. Tuiuiús, tucanos, araras-azuis são algumas das 650 espécies de aves que sobrevoam a região e compõem a trilha sonora da região.
Pelos caminhos na mata ou às margens dos rios, quando menos se espera, cruzam o caminho capivaras, antas, tamanduás-bandeira, cervos, macacos-pregos, entre tantos outros animais. Com muita sorte, é possível ver a desejada onça-pintada. Jacarés são tantos, que depois dos primeiros, sua presença deixa de chamar a atenção.
Pantanal é casa de cerca 650 espécies de pássaros, como os tucanos

Regido por ciclos anuais de secas e chuvas, é agora no período de estiagem, que vai até setembro, a melhor época para avistar os animais pantaneiros. Por outro lado, o período de cheias é o que melhor caracteriza o Pantanal, com a abundância das águas, ideal para quem está em busca de mais aventuras.

Viagem ao Pantanal
Seca ou cheia: qual é a melhor época para ir?

Regido por ciclos anuais de chuva e seca, o período de estiagem é o melhor para ver os animais pantaneiros. Já na época das cheias, a beleza das águas salta os olhos dos turistas
Camila Sayuri, iG São Paulo

Antes de embarcar para o Pantanal, é preciso decidir qual é a melhor época para o passeio. A região é regida por ciclos de chuva e seca, que mudam radicalmente a paisagem.
Na época das cheias, a cavalgada é feita por entre rios e alagados

De outubro a maio, é o período das chuvas. Os rios e alagados transbordam, os imensos campos de planície permanecem inundados e os terrenos elevados ficam cobertos de vegetação muito verde, formando uma espécie de ilha onde os animais se refugiam. É o período que mais caracteriza o pantanal. Os barcos podem percorrer caminhos longos e rotas diferentes e o passeio de cavalo ou de veículo 4x4 por dentro d’água se torna mais emocionante.
O acesso as pousadas e hotéis da região é mais difícil durante essa época. Boa parte das estradas ficam alagadas e o transporte tem que ser feito em veículos 4x4. Muitas vezes, só se chega de barco ou avião avião particular.
Os meses de seca são os melhores para ver os animais pantaneiros

Os meses de seca vão de maio até setembro. Essa é a melhor época para avistar a vida selvagem. As lagoas e os alagados "encolhem" e os animais se aproximam em busca de água e alimentos nas poças remanescentes. O período também coincide com a florada dos ipês rosa e amarelos. Um paraíso para observadores e fotógrafos da fauna e da flora.


As fazendas pantaneiras que funcionam como hotéis e pousadas para uma estadia em meio a natureza no Pantanal


Muitas fazendas pantaneiras permitem que o turista acompanhe o manejo do gado

Uma das melhores formas de aproveitar as riquezas do Pantanal é se hospedar nas fazendas pantaneiras. Com acomodações simples, mas confortáveis, os funcionários - e muitas vezes até a família proprietária - garantem um atendimento hospitaleiro, que nada lembra a impessoalidade dos grandes hotéis. São eles que contarão os causos e as histórias locais e prepararão a deliciosa comida caseira.

Com uma rotina rigorosa e agitada, essas fazendas que funcionam como hospedarias têm o dia recheado de atividades. Elas começam logo no início da manhã. No verão, as saídas dos tours chegam a acontecer antes das 7h. Na programação: cavalgada, manejo com o gado, pesca de piranha, caminhada ecológica, safári fotográfico e passeio de barco. Quando o sol esquenta, entre 11h e 15h, é o momento de parar o almoço. Após a sesta, os passeios são retomados e se estendem até o escurecer. É a oportunidade de observar os animais de hábito noturno.

As diárias das fazendas pantaneiras costumam incluir os passeios e serviço de pensão completa, além do traslado a partir do aeroporto mais próximo. Se você ficou interessado, conheça algumas dessas hospedarias da região.

MATO GROSSO DO SUL
Aquidauana
Pousada Aguapé
Localizada em uma fazenda de gado centenária, que pertence à mesma família há 150 anos, a pousada tem funcionários hospitaleiros e comida caseira saborosa. São dois passeios por dia inclusos na diária. Um dos diferenciais do local está na possibilidade de acompanhar o manejo do gado junto com os peões.

Fazenda Barra Mansa
Às margens do Rio Negro, a Fazenda Barra Mansa é especialmente atraente para o turismo de pesca. Oferece também diferentes passeios para a observação dos animais pantaneiros. Tem capacidade para, no máximo, 16 hóspedes. Na maior parte do ano, o acesso à fazenda se dá somente por via aérea.

Fazenda Santa Cruz
A fazenda de gado possui quatro apartamentos que hospedam até 13 pessoas. Além dos passeios de ecoturismo, os visitantes podem participar do dia-a-dia da fazenda, como lida do gado, assistir a ordenha da vaca, cuidar da horta, alimentar os animais e observar a fabricação da rapadura. Tem acesso terrestre e aéreo ininterrupto durante o ano inteiro.

Miranda
Refúgio Ecológico Caiman

Fazenda de criação de gado de corte, pousada e reserva ambiental, o Refúgio Ecológico Caiman é um dos destinos mais conhecidos e procurados do Pantanal. Lá, os visitantes podem se hospedar em uma das duas pousadas, que operam independentemente. O valor da diária inclui pensão completa e as atividades: caminhada, safári fotográfico, cavalgadas, passeios de canoa e de bicicleta e focagem noturna.

Fazenda Baia Grande

Na fazenda onde se cria gado da raça nelore está situada uma charmosa pousada de mesmo nome. Com capacidade máxima para 15 hóspedes, a Pousada Baia Grande oferece como atrativos: cavalgadas pelos campos e banhados, safári fotográfico, focagem noturna de jacaré, lida com o gado junto com peões pantaneiros, pescaria de piranhas e pequenos peixes e trilha na mata.

Fazenda Cacimba de Pedra Reino Selvagem
Além dos tradicionais passeios do Pantanal, a Fazenda Cacimba de Pedra Reino Selvagem oferece a chance de os hóspedes visitarem o berçário e observatório de jacarés do estabelecimento. Na parte gastronômica, os visitantes podem participar de uma roda de tereré (bebida típica) e experimentar carne de jacaré.

Fazenda San Francisco

Situada no Pantanal do Rio Miranda, a fazenda possui uma grande variedade de fauna e flora. Tem como um dos seus objetivos apresentar aos visitantes o funcionamento de uma fazenda: do cultivo, passando pela produção e afazeres. Entre os passeios disponíveis estão Birding in Pantanal, Jaguar in Pantanal, Focagem Noturna e Safári Ecológico.

Corumbá
Pousada Xaraés
Com 17 apartamentos, a pousada localizada próxima ao rio Abobral conta com uma boa infra-estrutura hoteleira, com piscina, quadras, sauna e mini academia. Oferece ainda as atividades pantaneiras para observação da fauna e da flora do Pantanal, todas elas acompanhadas por guias bilíngües e guias pantaneiros. Na época das cheias, o acesso da Estrada Parque até a pousada será feito pelo rio. Dispõe de uma pista de pouso privativa.

MATO GROSSO
Poconé
Pousada Araras Eco Lodge
Uma das pioneiras em ecoturismo da região, a Pousada Araras Eco Lodge conta com 19 apartamentos. Oferece passeios, como safári fotográfico e cavalgada, acompanhados por guias bilíngües. Conta também com três mirantes, um no topo de uma árvore e outras duas torres de observação. O trajeto até o estabelecimento pode ser feito de carro durante o ano inteiro.
igturismo











2 Responses
  1. Thalita Says:

    adorei o passeio pelo blog, muito bom!

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Espero que tenham gostado. Boa viagem e voltem sempre!!

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